Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada na última segunda-feira, dia 13, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, ao falar a respeito do déficit de pessoal em vários órgãos da esfera federal, destacou a situação difícil em que se encontra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a ministra, o setor já avalia conceder o aval para a abertura de um novo concurso IBGE para efetivos:

“Estamos muito focados no reajuste. Não tem como precisar quais seriam os concursos (mais urgentes), em quais áreas. Desde que eu estava aqui (no governo Dilma Rousseff), eu já acompanhava áreas que tinham muita gente em abono de permanência, com risco de aposentadoria, e a reforma da Previdência em 2019 acelerou. Áreas que já estavam com risco muito grande, com 30% da folha podiam se aposentar. IBGE e Banco Central, mas tem outras também", informou a ministra.

Ao mencionar a necessidade de repor o quadro de efetivos no IBGE, Dweck citou os seguidos adiamentos para a autarquia encerrar o Censo Demográfico que iniciou em agosto do ano passado. Era para ele ter encerrado em outubro, porém, devido à falta de servidores em determinadas regiões do país para entrevistar o maior número possível de brasileiros, o Censo foi estendido para até abril deste ano.

Segundo o diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, a autarquia pretendia contratar até 180 mil recenseadores, porém, apenas 120 mil postos de trabalho foram ocupados pelos temporários. Além disso, problemas com o sistema de pagamento dos recenseadores também propiciou um desinteresse da população em colaborar com o trabalho de pesquisa.

Vale lembrar que o Sindicato Nacional dos Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (ASSIBGE), havia divulgado dados que reforçam o fato de que o número insuficiente de servidores efetivos do IBGE dificultou o trabalho de suporte ao recenseadores que trabalharam no Censo Demográfico, especialmente em áreas de comunidade e também de classe média alta.

IBGE já tem pedido de concurso para efetivos confirmado

Em novembro do ano passado, o IBGE havia confirmado que enviou um pedido de concurso ao Ministério da Economia que, na gestão anterior do Governo Federal, era a área responsável por avaliar e conceder autorização de concurso para as autarquia federais. O número de vagas e cargos contemplados não foram revelados pelo instituto.

Na época, o Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do Governo Federal havia registrado a chegada de um documento assinado pelo presidente do IBGE, Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, e encaminhado à área econômica da União.

A solicitação também foi enviada à equipe do gabinete de transição para o novo governo federal, informando os dados sobre o atual quadro de pessoal do IBGE e o déficit apresentado pela autarquia, porém, essas são informação não disponíveis para consulta.

No pedido anterior a esse, o IBGE havia solicitado no primeiro semestre do ano passado o aval para preencher 2.503 vagas de trabalho para cargos nos níveis médio e superior:

• 1.488 vagas para Técnico de informações geográficas e estatística (cargo de nível médio). Remuneração de R$3.890,87;
• 1.004 vagas para Analista de planejamento, gestão e infraestrutura e tecnologista em informações geográficas e estatísticas (nível superior). Remuneração de R$8.213,07;
• 11 vagas para Pesquisador em informações geográficas e estatística (nível superior). Remuneração de R$10.049,07.

Os valores mencionados acima estão baseados na Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais, que já incluem R$458 de auxílio-alimentação. No caso do salário de pesquisador, essa remuneração é a concedida para quem possui mestrado.

O IBGE também havia encaminhado ao Ministério da Economia um cronograma prévio desse concurso, sendo que a contratação da banca ocorreria em janeiro de 2023, com o edital sendo publicado no mês seguinte. Como esse pedido de concurso não foi atendido, obviamente esse calendário pré-planejado passará por atualizações.

Concurso IBGE: Ministério da Gestão avalia edital para cargos efetivos

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